Como a minha mãe diz... "tu vives às meias-horas" ou "metes sempre tudo no mesmo saco".
Quer isto dizer, que raramente tenho tempo para alguma coisa, porque tenho sempre tudo o e encafuado, planeadinho e arrumado meticulosamente na pocilga que é o meu cérebro. Quer isto dizer também, que por vezes tento fazer tantas coisas ao mesmo tempo e resolver uma série de assuntos diferentes, que acabo por não ter tempo para fazer parte delas...
Sendo assim, tendo a descurar o meu blog em deterimento de outra merda qualquer... falando bem e depressa, resume-se basicamente a isto.
Esta semana que passou, em conversa com a M. apercebi-me de uma coisa. Nada de iluminações divinas, apenas algo que me tenho vindo a aperceber ao longo dos tempos e acerca da qual cheguei a uma conclusão... Ou pelo menos perto... Ou assim... Não interessa. Tento passar a mensagem!
Os nossos amigos mudam. Mudam-se a eles próprios, mudam-nos a nós e por vezes também mudam (no sentido em que deixam de ser uns para passar a ser outros). Até que ponto os podemos considerar ainda nossos amigos? Devemos insistir em chamar amigo a uma pessoa que vemos 3 vezes por ano, em que uma delas é por acaso, outra nos anos de alguém e quando nos vemos não sabemos bem do que falar?
Não quero generalizar. Tenho amigos, que posso chamar amigos, que vejo poucas vezes por razões geográficas, mas que quando nos encontramos é como se nos tivessemos visto no dia anterior...
Também passei pela experiência de ter perdido practicamente todo o contacto com amigos e depois, uns anos mais tarde estarmos juntos constantemente e falarmos pelo menos uma vez por semana.
A meu ver tem tudo a ver com caminhos... Não, não me vou pôr aqui a discursar sobre "cenas" Zen. Apenas afirmo que a direcção que cada um escolhe nas suas vidas, os seus interesses e a própria actividade que exerce, condicionam as suas experiências e orientações, de modo que acabam por se relacionar com as pessoas com que mais se identificam e partilham essas mesmas experiências.
Num post anterior, mencionei o efeito da música. É uma das experiências que une mais as pessoas. Reparem nos antigos rituais e verão que todos são realizados com música... É uma experiência comunitária unificante.
Para mim uma amizade não se mede a tempo, mede-se em intensidade e vivência. Daí continuar (pelo menos tentar) a relacionar-me com pessoas que conheço à pouco tempo ou com quem partilhei curtas experiências em deterimento de outras que conheço à mais tempo mas não encaixam com a minha maneira de ser, pensar e estar. Creio que estou numa tentativa de reunir o máximo de amigos possível... São eles que nos acompanham na vida, nos seus bons e maus momentos, nossos e deles.
Aparte este último parágrafo e extenso que chegue este post creio que a meu ver serei uma pessoa "eclética" (palavra nova, tenho que a usar) no que diz respeito a amizades. Tenho um variado leque de gostos, que tanto me fazem aproveitar desde simples (longos) momentos de conversa, como sessões de maluqueira nocturna interminável, como jogos de consolas, filmes, conversas de computadores, carros e até... setas!
Talvez gostasse que mais gente fosse assim... se calhar havia pessoas que não tinha deixado (ou não teriam deixado outros) para trás.
(este post foi escrito em silêncio)
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